Desde sempre que ouço a típica frase: “o segredo é a alma do negócio”. Nunca tinha pensado muito no assunto, mas com o início da HALI Studio comecei a ouvir mais e mais. Mas se o segredo é mesmo a alma do negócio, porque é que tento ser o mais transparente possível?
A indústria têxtil, como se sabe, é uma das mais poluentes do mundo e é cada vez mais urgente que haja uma renovação desta indústria, uma transição para que se torne mais sustentável. Enquanto marca, não me fazia sentido que estas preocupações ambientais e sociais não fizessem parte do ADN da HALI Studio, mas achei sempre que isso não era o suficiente. Enquanto consumidora, acredito que tenho o direito de saber, de forma realista e objetiva, de onde vêm as minhas peças de roupa. A etiqueta de composição, onde vemos o “made in…”, não tem cumprido esse objetivo; até porque, uma peça que tenha as suas várias partes montadas em diferentes países, não precisa de ter esses países discriminados, basta colocar um à escolha (talvez aquele com melhor imagem para o público). Por este motivo, surgiu a ideia de colocar um QR Code em cada peça com essa informação toda descrita: que empresa faz o quê e por onde viajam as peças HALI Studio. Dando um exemplo prático, a malha da Gida T-shirt vem de Paços de Ferreira e a linha com que é costurada de Ermesinde. A t-shirt é costurada em Cascais e estampada em Barcelos. Já as etiquetas todas da peça vêm de Vila Nova de Famalicão. Já a Egbin Shirt tem origem em Vila Nova de Famalicão, com o tecido a ser produzido lá, assim como os botões e as etiquetas. Quero que toda a gente possa consultar estas informações e ter a certeza da origem dos produtos, quero, também, dar a hipótese de outras marcas poderem conhecer os nossos fornecedores e ajudar quem precisa a encontrar fornecedores nacionais, para que possamos caminhar em conjunto para esta mudança real.
Não é só relativamente aos fornecedores que existe esta política de transparência: no site HALI Studio pode ser consultado um exemplo dos preços praticados e nas redes sociais pode-se conhecer mais sobre o funcionamento dos processos têxteis, como a estamparia utilizada. Quero dar a conhecer a HALI Studio em tudo o que é a sua atividade, que toda a gente possa acompanhar a produção das nossas peças, saber o motivo para escolhermos utilizar estamparia digital em vez de outra tecnologia de estampagem, saber como são pensados os preços e quais são os custos reais associados à produção de uma peça de vestuário e em que é que estou a trabalhar.
Então, porque é que quero que a HALI Studio seja o mais transparente possível? Acredito que a partilha de informação pode fazer a diferença, tornar-nos mais conscientes e no mesmo caminho para um futuro mais sustentável. E caindo no cliché das frases feitas: a alma é o segredo do negócio!
Inês